
Um e-mail enviado pela Chefia de Polícia Civil do Estado aos departamentos policiais, pedindo que fossem convocados dez policiais civis para a participação em uma homenagem na Igreja Universal do Reino de Deus, suscitou um questionamento à Secretaria de Segurança Pública (SSP) por parte da UGEIRM, sindicato que representa a categoria. O sindicato entende que essa convocação é “ilegal e extremamente problemática” e pretende notificar o Ministério Público a respeito. A SSP, por sua vez, diz que não se trata de uma convocação, mas sim de um convite.
O evento, marcado para este domingo (25), vai condecorar integrantes das Forças Armadas, Forças de Segurança Pública, Instituições de Justiça como heróis pelo serviço prestado à comunidade. “Em se tratando de uma homenagem, os policiais civis deveriam comparecer de acordo com a sua vontade e não através de uma convocação, o que pressupõe uma obrigatoriedade do comparecimento à atividade”, contrapõe a UGEIRM.
O sindicado também considera inadmissível que ocorra uma convocação para evento religioso. “As atividades de cunho religioso são de foro íntimo, portanto qualquer tipo de convocação, além de ilegal, se confunde, até mesmo, com assédio religioso”, diz a entidade em nota.
A UGEIRM defende ainda que a atividade religiosa foi convocada por parlamentares, o que denota “claros interesses eleitorais” e impõe risco à credibilidade da Polícia Civil. O sindicato questiona também os termos da homenagem proposta: “Policiais Civis não são heróis, mas sim servidores públicos que prestam um serviço essencial para a sociedade, garantindo a segurança da população e, para isso, devem receber uma remuneração condizente com seu trabalho. Esse tipo de abordagem do trabalho policial tem servido para mascarar uma série de abusos sofridos pela nossa categoria. Transformar os policiais em heróis é jogar em cima desses servidores, que trabalham em condições extremamente difíceis e que lidam diariamente com o pior lado da sociedade, uma pressão absurda”.