Geral
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2 de agosto de 2024
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17:39

Entulhos da enchente ainda não têm destino final em cidades da região metropolitana

Por
Luciano Velleda
lucianovelleda@sul21.com.br
Bota espera na Avenida Loureiro da Silva, em Porto Alegre, no final de julho. Foto: Isabelle Rieger/Sul21
Bota espera na Avenida Loureiro da Silva, em Porto Alegre, no final de julho. Foto: Isabelle Rieger/Sul21

Cerca de três meses depois do início das chuvas que se transformaram na trágica enchente que varreu o Rio Grande do Sul em maio, montanhas de entulhos com os mais variados objetos e materiais destruídos pelas águas ainda se acumulam nas cidades na região metropolitana.

Em Porto Alegre, desde o dia 20 de julho, a Prefeitura não pode mais enviar os entulhos para o aterro São Judas Tadeu, em Gravataí, devido a uma decisão do Ministério Público Estadual, que alegou que o local não estava em condições de receber os resíduos da enchente, embora esteja apto a receber resíduos inertes. Assim, o material segue acumulado em depósitos temporários.

Conforme o DMLU, os resíduos pós-enchente dispostos nas unidades provisórias da cidade estão sendo transferidos para o Bota-Espera da Severo Dullius, localizado na Rua Sérgio Jungblut Dieterich, 1201. Ao mesmo tempo, o DMLU aguarda as adequações do aterro de Gravataí e a contratação de aterros sanitários que será feita pela Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal) para a destinação final dos materiais.

Nesta quinta-feira (1), a Granpal lançou edital para contratar aterros sanitários aptos a receberem os materiais. O edital prevê a contratação de local capaz de receber 483 mil toneladas de entulhos. O documento estabelece um valor máximo de R$ 116,46 por tonelada recolhida, com valores sendo pagos pelas prefeituras de acordo com a quantidade enviada.

O prazo para realizar a análise e divulgar o resultado da empresa selecionada é de 15 dias úteis após o cadastramento. O contrato terá vigência de 12 meses, podendo ser prorrogado por até 60 meses.

Em Canoas, uma das cidades da região metropolitana mais atingidas pela enchente, os entulhos também têm causado uma séria de transtornos. O Parque Eduardo Gomes tem sido o principal ponto provisório para depósito de entulhos, causando uma série de problemas para os moradores das redondezas.

A Prefeitura de Canoas explica que também irá aderir ao credenciamento da Granpal, mas afirma que, ao mesmo tempo, está fazendo uma licitação própria para a destinação final dos resíduos.

“O prazo para limpeza do Parque Eduardo Gomes segue até 15 de agosto, enquanto os demais transbordos têm previsão para o final de setembro. A primeira etapa da limpeza, que consistiu na primeira passagem dos trabalhos de recolhimento de resíduos da enchente em todas as ruas do lado Oeste da cidade, se iniciou no dia 20 de maio e se encerrou no dia 23 de julho. No momento, as equipes estão realizando a segunda etapa da limpeza, que inclui trabalhos de varrição, pintura de meios-fios e revisão das redes pluviais. Além disso, ainda é feito periodicamente o recolhimento de focos de resíduos que foram descartados após a primeira passagem dos caminhões e máquinas. Até o momento foram recolhidos cerca de 400 mil toneladas de resíduos, o que equivale a cinco anos de coleta de lixo orgânico na cidade”, diz nota da Prefeitura sobre o tema.

Já em Eldorado do Sul, outra cidade fortemente impactada pela enchente, a Prefeitura informa já ter coletado os resíduos de todas as residências, cerca de 20 mil domicílios, com aproximadamente 70 mil toneladas de entulhos.

O governo local diz que o material está sendo enviado para dois pontos provisórios na cidade, mas o plano é destinar os resíduos para um lugar definitivo autorizado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). “Conforme Instrução Normativa Estadual, esta área seria dentro do município, na antiga saibreira da Boa Vista”, explica a Prefeitura.


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