Geral
|
15 de maio de 2024
|
19:19

Equatorial segue sem prazo para reverter desligamentos planejados de energia no RS

Por
Luís Gomes
luisgomes@sul21.com.br
Região do Viaduto da Conceição sem luz durante período de desligamento planejado | Foto: Isabelle Rieger/Sul21
Região do Viaduto da Conceição sem luz durante período de desligamento planejado | Foto: Isabelle Rieger/Sul21

Desde o dia 2 de maio, a CEEE Equatorial tem divulgado boletins diários em que informa o número de clientes sem energia em sua área de cobertura em razão das enchentes que atingem o Rio Grande do Sul. A maior parte dos clientes que permanecem sem energia desde então — milhares deles há mais de 10 dias — estão em áreas onde ocorreram desligamentos planejados por segurança, conforme informa a empresa, mas não há nenhuma informação ou previsão sobre quando estes desligamentos serão revertidos.

Leia mais:
Lula anuncia benefício de R$ 5,1 mil para cada família atingida por enchentes no RS
Num Centro de futuro incerto, é preciso desviar das águas e do mau cheiro
União suspende dívida do RS por 3 anos para que recursos sejam investidos na reconstrução do estado
Em processo de sucateamento, governo Melo retém R$ 400 milhões no caixa do Dmae
Tragédia histórica expõe o quanto governo Leite ignora alertas e atropela política ambiental
‘Nós precisamos entender que isso não foi obra do acaso’, alerta professor da FURG 
Meninas são desproporcionalmente afetadas em emergências climáticas, diz pesquisadora

Já no primeiro boletim, em 2 de maio, a Equatorial informou que, dos 55 mil clientes que estavam sem energia, 7 mil eram de áreas alagadas em que o desligamento ocorreu atendendo solicitações da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros. Nesta manifestação, a empresa explicou que se tratava de um desligamento preventivo da rede elétrica após mapeamento realizado em conjunto com o Corpo de Bombeiro, prefeituras municipais e Defesa Civil.

O número de desligamentos por segurança foi aumentando nos dias seguintes e explodiu em 4 de maio, passando de 116 mil, quando as inundações se acentuaram em Porto Alegre e na Região Metropolitana.

O ápice da falta de luz na área de cobertura da Equatorial ocorreu em 7 de maio, após falha em uma casa de bombas provocar alagamentos na região central de Porto Alegre. Naquele dia, 206 mil clientes estavam sem energia, dos quais 189 mil em razão dos desligamentos planejados.

O número vem caindo lentamente desde então. Nesta quarta, eram 118 mil clientes sem energia em razão destes desligamentos, dos quais 90 mil em Porto Alegre, 13 mil em Eldorado do Sul, 4 mil em Alvorada, 4 mil em Pelotas, 3 mil em Rio Grande e 2 mil em Guaíba.

Em todos os boletins, a Equatorial tem se limitado a informar que seus técnicos estão ativamente trabalhando para restabelecer a energia a todos os seus clientes.

Nos últimos dias, a reportagem do Sul21 encaminhou, em diversas oportunidades, questionamentos a respeito de prazos para o religamento da energia, bem como quais são os fatores que estão impedindo que isso ocorra. Também questionou se a redução nos níveis da água e a retomada da operação de casas de bombas permitiria a retomada de fornecimento de energia.

A resposta, em todas as ocasiões, foi padronizada: “A Companhia está presente ativamente nos Comitês de Crise do Estado e do Município de Porto Alegre, 24 horas por dia, com a finalidade de alinhar ações conjuntas para minimizar riscos e religar a energia elétrica dos gaúchos com agilidade e segurança, o mais rápido possível”.

Também procurada pela reportagem, a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) informou que as distribuidoras, o que inclui também a RGE, já vêm reduzindo os desligamentos programados e que são mantidos apenas “aqueles estritamente necessários”.

“Equatorial e RGE estão realizando alguns desligamento para possibilitar a instalação de equipamentos que permitem o isolamento de redes em localidades alagadas, para com isso, religar outros consumidores que estão em condições de serem energizados”, diz resposta encaminhada pela Agergs, que cita como exemplos o que ocorreu no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre.


Leia também