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16 de fevereiro de 2024
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16:06

Porto Alegre: ainda falta recolher 15% dos resíduos deixados pelo temporal de janeiro

Por
Luís Gomes
luisgomes@sul21.com.br
Temporal deixou mais de 3 mil árvores e galhos caídos pela cidade | Foto: Luiza Castro/Sul21
Temporal deixou mais de 3 mil árvores e galhos caídos pela cidade | Foto: Luiza Castro/Sul21

A Prefeitura de Porto Alegre divulgou nesta sexta-feira (16) um balanço com os dados consolidados das ações adotadas após o temporal que atingiu a cidade em 16 de janeiro. O Executivo destaca que foram registradas 3 mil ocorrências de quedas de árvores e galhos, 1,2 milhão de pessoas ficaram sem água em razão da falta de energia nas estações do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) e mais de 1,2 mil pessoas solicitaram o saque calamidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), benefício destinado para pessoas que tiveram danos em suas casas.

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A Capital registrou ventos de 120 km/hora e 76mm de chuva concentrados em poucas horas na noite de 16 de janeiro. No dia seguinte, 17, o prefeito Sebastião Melo decretou situação emergência, medida que autorizou a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem sob o gerenciamento da Coordenação de Defesa Civil (CDC) nas ações de resposta ao desastre e reabilitação do cenário e reconstrução, bem como permitiu a simplificação de contratações necessárias e facilitou o acesso a recursos estaduais e federais.

Os principais efeitos do evento climático foram a queda de árvores, a falta de energia elétrica e a falta de luz. Passado um mês do temporal, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) contabiliza 3 mil ocorrências de quedas de árvores e galhos em diversas regiões da Capital. Cerca de 2 mil toneladas já foram removidas e os resíduos destinados à Estação de Transbordo da Lomba do Pinheiro. A SMSUrb estima que 85% do serviço de recolhimento de resíduos deixados pelo temporal já foi executado.

A Prefeitura informou que, em razão da falta de energia — que deixou mais de 600 mil usuários sem luz na Região Metropolitana — nas estações de tratamento e casas de bombas do DMAE, 73 bairros ficaram sem água, o que atingiu 1,2 milhão de pessoas. O abastecimento em toda a cidade foi normalizado depois de cinco dias. Durante o período, foram disponibilizados 32 caminhões-pipas para levar água aos bairros mais afetados, hospitais e unidades de saúde.

No balanço divulgado nesta sexta, a Prefeitura lembrou que protocolou uma representação junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) solicitando que o órgão abra uma fiscalização urgente na operação da CEEE Equatorial. A abertura de uma CPI para investigar os problemas na resposta da distribuidora de energia foi autorizada pela Câmara de Vereadores e deve ser oficialmente instalada na próxima quinta-feira (22).

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), 100 unidades de saúde tiveram restrições nos atendimentos por falta de energia, água, telefone ou internet, precisando reorganizar os serviços desde o temporal. Já a Secretaria Municipal de Educação (Smed) contabilizou 56 escolas atingidas com algum dano e 35 pela falta de energia elétrica.

O atendimento nas unidades da Fundação de Assistência Social (Fasc) foi impactado com o fechamento ou restrição por falta de energia em 11 dos 23 Centros de Referência de Assistência Social (Cras), quatro Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), três Centros Pop e um Centro de Idoso. A retomada dos serviços ocorreu em 19 de janeiro.

O balanço também indica que até 15 de fevereiro, foram registradas 1.206 solicitações no sistema 156 de acesso ao saque calamidade do FTGS por pessoas que tiveram suas casas danificadas pelo temporal. O benefício pode ser solicitado direto na Caixa para moradores de 76 bairros, enquanto moradores de 18 bairros da Região Centro do Orçamento Participativo (OP), única região que precisa tramitar uma etapa junto à Prefeitura, devem encaminhar o saque via sistema 156, por aplicativo, site ou whatsapp.

Ainda com relações aos estragos físicos causados pelo temporal, entre 16 ao dia 19 de janeiro, mais de 300 ocorrências chegaram à Defesa Civil. Cerca de 10 mil metros de lona foram entregues e atenderam 1,8 mil casas. Um mutirão do Departamento Municipal de Habitação (Demhab) fez a distribuição de 4.348 telhas adquiridas pela prefeitura e recebidas por meio de doações para casa danificadas.

Já os impactos no trânsito resultaram em mais de 260 cruzamentos com semáforos foram impactados pela falta de energia e 5.101 notificações de problemas, incluindo bloqueios, encaminhadas à Central de Atendimento da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Segundo a Prefeitura, 100% dos bloqueios foram normalizados até 26 de janeiro.


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