
O movimento União por Moradia Popular promoveu a partir da madrugada deste sábado (16) a ocupação “Periferia no Centro”, em um prédio pertencente ao governo federal na esquina da Av. Júlio de Castilhos com a Praça Rui Barbosa, ao lado do camelódromo, no Centro de Porto Alegre.
De acordo com o movimento, o imóvel de 17 andares foi escolhido para ocupação porque deveria ser destinado pelo governo federal para habitação, educação ou cultura, mas isso ainda não teria ocorrido.
Em nota, a entidade diz que os moradores da ocupação são oriundos de diversos bairros periféricos de Porto Alegre e incluem famílias que foram desalojadas pelas cheias do Guaíba registradas nos últimos meses. A ocupação é composto por aproximadamente 70 famílias, segundo o movimento.
“A ocupação surge da necessidade do povo, pobre e trabalhador ter direito ao acesso à moradia digna. A gente sabe que a luta é constante para que todas as pessoas possam ter um teto e garantir um espaço de proteção para suas vidas e suas famílias. A ocupação é constituída por trabalhadores, mães, pais, jovens, público LGBT”, diz Jurema Alves, integrante da coordenação nacional do União por Moradia Popular. “Famílias de diversas regiões da cidade constroem essa comunidade e vão resistir o que for preciso para ter o seu direito à moradia digna. O povo da periferia ocupa o Centro”, complementa.
O União por Moradia Popular defende ainda que a ocupação também tem o objetivo de denunciar o descumprimento da função social da propriedade na cidade, uma vez que, segundo dados do Censo de 2022, Porto Alegre tem 100 mil imóveis vagos. A entidade destaca ainda que a Prefeitura não possui um levantamento oficial dos dados, o que indica a falta de prioridade para enfrentar o problema.
A Polícia Militar esteve no local neste sábado. Agentes dialogaram com os moradores, mas o movimento indicou que a decisão sobre pedir a reintegração de posse caberia à Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e eles deixaram o local.
