Cidades
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13 de maio de 2020
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18:04

Polícia prende em SC Ricardo Neis, condenado por atropelar ciclistas em Porto Alegre em 2011

Por
Sul 21
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Polícia prende em SC Ricardo Neis, condenado por atropelar ciclistas em Porto Alegre em 2011
Polícia prende em SC Ricardo Neis, condenado por atropelar ciclistas em Porto Alegre em 2011
Ricardo Neis estava foragido depois de ser condenado por tentativa de homícidio e lesões corporais. Ramiro Furquim/Sul21

Da Redação

O bancário Ricardo Neis, 56, condenado a 12 anos e 9 meses de prisão por atropelar diversos ciclistas do movimento Massa Crítica em Porto Alegre, em fevereiro de 2011, foi preso pela Polícia Civil nesta quarta-feira (13), em Florianópolis. A ação foi realizada pela Delegacia de Capturas (Decap), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Pelo atropelamento no bairro Cidade Baixa, Neis foi condenado, em 2016, por 11 tentativas de homicídio e cinco lesões corporais. Na ocasião, dezenas de ciclistas realizavam uma manifestação e o bancário, contrariado pela interdição da rua, jogou o carro contra aqueles que pedalavam. Na época, uma das pessoas presentes no momento do ataque disse à reportagem do Sul21 que julgou, por um instante, estar ouvindo tiros no meio da rua. Só quando o carro passou rapidamente, a pouco mais de um metro dela, percebeu que havia sido um atropelamento – e que o som metálico que tinha ouvido era, na verdade, o som das bicicletas chocando-se contra a carroceria do veículo.

Conforme o delegado Arthur Raldi, Ricardo Neis chegou a ter sua prisão preventiva decretada, foi preso, mas posto em liberdade provisória pouco mais de um mês depois para responder o processo em liberdade.

“Em outubro do ano passado, foi expedido o mandado de prisão definitiva por sentença penal condenatória, após decisão do Superior Tribunal de Justiça. A partir daquela data, o alvo fugiu e nunca mais foi visto, motivo pelo qual iniciou-se uma investigação com o objetivo de localizar seu paradeiro e prendê-lo, o que culminou com a ação de hoje”, explica o delegado.

Julgamento

Em seu depoimento, o bancário disse que se sentiu ameaçado pelos ciclistas e chegou a temer “ser linchado”. Ao narrar o momento do atropelamento, Ricardo Neis afirmou: “Foi traumático! Confesso que não achava que tinha tantos pela frente. Havia 2,3 pessoas no capô. Se eu parasse ia passar em cima deles. Algumas bicicletas ficaram presas no carro e para me livrar delas dei um leve ‘beliscão’ no freio.”

Já as testemunhas de acusação deram versões diferentes em seus depoimentos. Eduardo Iglesias, por exemplo, afirmou que, antes do atropelamento, Neis estava “nervoso”, com a cabeça para fora da janela do carro xingando os ciclistas: “Ele dizia bando de filho da puta, vagabundos, que ele tinha o direito de passar e nós não tínhamos o direito de trancar o trânsito”.

Outra testemunha, identificada apenas como Thiago, também disse que viu Neis “muito alterado, muito bravo” com os ciclistas desde o início do passeio, no Largo Zumbi dos Palmares. Antes de chegar ao cruzamento das ruas José do Patrocínio e República, onde o fato ocorreu, ele teria testemunhado o motorista encostando o carro contra as rodas de uma bicicleta, o que gerou uma discussão breve entre ele e os ciclistas.


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