O nível do Guaíba chegou a atingir 2,70 m na altura do Cais Mauá na manhã desta quinta-feira (14), superando a cota de alerta (2,55 m) e se aproximando da cota de inundação (3 m). Ao longo da tarde, o nível estabilizou, reduzindo para 2,61 m. Ainda assim, é o maior patamar registrado desde 2015, quando chegou a 2,97 m.
O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) e a Defesa Civil Municipal chegaram a informar que estavam preparados para acionar os 14 portões que integram o Sistema de Proteção Contra Cheias, junto ao Muro da Mauá, movimento que está previsto para ocorrer quando o Guaíba atinge a marca de 2,9 m na régua do Cais.
De acordo com informações da Metsul Meteorologia, esta foi a quarta maior cheia do Guaíba em 80 anos. A maior permanece sendo a histórica cheia de 1941, com 4,76 m, que motivou a construção do Muro da Mauá. Em 1967, o nível do Guaíba voltou a superar a cota de inundação, atingindo 3,13 m.
Mais recentemente, em 2015, o Guaíba chegou a atingir 2,97 m, o que motivou a possibilidade de as comportas de proteção fossem fechadas pela primeira vez em décadas. Em 2016, ocorreu uma nova ameaça de inundação, mas o nível máximo atingido na ocasião foi de 2,65 m, patamar superado nesta quinta.
O DMAE informa que o nível do Guaíba estabilizou ao longo da tarde. Contudo, ainda não é possível dizer que a tendência é de baixa, uma vez que isso depende de mudança no sentido do vento, o que só deve ocorrer nesta sexta-feira (15).
O nível do Guaíba subiu rapidamente nas últimas 24 horas após os fortes temporais que atingiram Porto Alegre e Região Metropolitana entre terça e quarta-feira. Segundo a Defesa Civil municipal, às 16h de quarta, estava em 2,39 m no Cais, aproximando-se do nível de alerta. Em medição realizada durante a madrugada de quinta, foi a 2,58 m, já acima da cota de alerta, subindo a 2,70 m pela manhã. Às 18h, reduziu para 2,61 m.
Já na Ilha da Pintada, a Defesa Civil registrou 2,44 m nesta manhã, acima dos 2,2 m de cota de inundação. A medição das 16h apontou que o nível do Guaíba se mantinha no mesmo patamar.
Em razão de inundações provocadas pela cheia, 101 pessoas chegaram a ser acolhidas em três abrigos da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), sendo 48 delas no bairro Lami, 34 na Ilha da Pintada e 19 na Ponta Grossa. A Unidade de Saúde Ilha da Pintada também ficou fechada durante todo o dia.
Às 17h, com a estabilização do nível do Guaíba, o número de pessoas abrigadas caiu para 38, todas elas na Ilha da Pintada.
No final da tarde, o prefeito Sebastião Melo anunciou o decreto de situação de emergência na Capital. Por meio da medida, que será publicada no Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa) de sexta-feira, fica autorizada a simplificação nas contratações e realização de despesas imediatas para o suporte às famílias atingidas, além do combate aos estragos causados pela situação climática.
“Neste primeiro momento, o atendimento será para itens essenciais, como cobertores, colchões e cestas básicas, além de atuarmos na recuperação de vias e habitações afetadas. Estamos acompanhando as situações nas ruas e temos que agir. Todas as medidas vão ser adotadas para apoiar a população que mais precisa”, afirmou Melo.
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