Economia
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29 de julho de 2023
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11:28

Conab prevê produção recorde de carnes; alta sustenta queda de preços ao consumidor

Por
Sul 21
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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Em seu boletim mensal de julho, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção de carnes bovina, suína e de frango alcance a marca de 29,6 milhões de toneladas em 2023. Se confirmado, este será o maior nível da série histórica, considerando os três tipos de carne somados.

O boletim AgroConab também prevê recorde para as exportações, ultrapassando os 9 milhões de toneladas. Mesmo com a alta nos embarques, a disponibilidade de carnes no mercado doméstico deve ser elevada em 2,4%, prevista em 20,44 milhões de toneladas, a segunda maior da série.

“O aumento na quantidade de carnes produzidas no País é um dos fatores que sustenta a tendência de queda nos preços ao consumidor. Muito da deflação registrada vem da carne, que está mais barata para o consumidor”, diz o presidente da Companhia, Edegar Pretto.

O recorde esperado é puxado pelos suínos. Em 2023, a expectativa é que a produção chegue a 5,32 milhões de toneladas, alta de 2,7% se comparado com o ano passado. A maior quantidade de carne produzida possibilita uma alta nas exportações na ordem de 10,1%, estimada em 1,22 milhões de toneladas, sem impactar a disponibilidade interna, que tende a apresentar um leve incremento de 0,6%, atingindo 4,12 milhões de toneladas.

“As vendas externas têm crescido, ao mesmo tempo em que há uma redução na dependência do mercado chinês, o que demonstra que o Brasil tem conquistado novos mercados. Se em 2020 mais de 50% da carne suína exportada teve a China como destino, neste ano, considerando o primeiro semestre, esse percentual caiu para 37%”, ressalta o gerente de Fibras e Alimentos Básicos da Conab, Gabriel Rabello.

Hong Kong, Filipinas, Chile e Cingapura têm aumentado o percentual de participação entre os principais compradores da carne suína brasileira. “As aberturas dos mercados do México e do Canadá para a carne suína brasileira permitem novas oportunidades para os exportadores brasileiros”, reforça.

A produção de bovinos representa cerca de 9 milhões de toneladas, com as exportações projetadas em 2,91 milhões de toneladas, redução de 3,3% se comparado ao ano passado. A queda na exportação de carne bovina é impactada pelos embarques mais lentos no início de 2023. Por outro lado, a disponibilidade do produto no mercado doméstico apresenta um incremento de 8,6%, chegando a 6,23 milhões de toneladas.

No caso da carne de frango, a estimativa é de uma produção de 15,21 milhões de toneladas, a segunda maior da série. A boa produção e os registros de gripe aviária em países da Europa, Japão e Estados Unidos, por exemplo, aumentam a procura pela carne brasileira. “Foram detectados casos de influenza aviária no Brasil, mas apenas em aves silvestres e não em aves comerciais”, diz Gabriel Rabello.

Diante desse cenário, as exportações devem crescer em torno de 10,2%, atingindo um volume de 5,12 milhões de toneladas, um novo recorde. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), apenas nos 15 primeiros dias úteis de julho foi registrado um aumento de 10% nas vendas ao mercado externo.

Já com relação ao quadro de suprimento de ovos, a estimativa da Conab é que a produção para 2023 deve atingir um novo recorde e chegar a 40 bilhões de unidades de ovos para consumo.


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