
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), fez uma série de postagens nesta quarta-feira (9) nas redes sociais em que denuncia uma suposta “ditadura do judiciário”, que estaria censurando a liberdade de opinião. O prefeito indica se referir às decisões judiciais, notadamente do Supremo Tribunal Federal (STF), que têm determinado a derrubada de perfis e de postagens de bolsonaristas que, ao não aceitarem a derrota na disputa presidencial, defendem uma intervenção federal ou espalham notícias sobre supostas fraudes nas urnas sem qualquer embasamento na realidade.
“O MDB tem na defesa da liberdade e da democracia os seus valores fundamentais. E sempre combateu o arbítrio. Hoje, porém, silencia sobre a ditadura do judiciário. Como democratas, não podemos aceitar passivamente esta onda de censura às redes sociais e à liberdade de opinião. Sob o pretexto de combate às fake news, redes sociais são canceladas, jornalistas censurados, vozes caladas. A violação desse direito constitucional cresce assustadoramente em nosso país. Há um absoluto desrespeito às manifestações individuais e coletivas”, disse Melo.
Apesar da clara adesão ao discurso golpista dos bolsonaristas, o prefeito ainda tentou suavizar sua posição dizendo ser contrário a “qualquer movimento que busque intervenção militar”.
Na série de postagens, Melo não faz referência direta ao fato motivou seu posicionamento.
Nesta terça-feira (8), a Prefeitura recebeu um pedido de informações feito por Ministérios Públicos a respeito das medidas que estão sendo efetivadas para garantir o desbloqueio de vias públicas na Capital gaúcha, ocupadas por bolsonaristas. Como resposta, encaminhou um ofício dizendo que os bloqueios estão dentro dos limites do direito constitucional à reunião e eventuais abusos e desvirtuamentos desse direito devem ser contidos pela Brigada Militar, não pelo município.
Já nesta quarta (9), o MDB nacional anunciou nomes de integrantes do partido que farão parte da equipe de transição do futuro governo Lula (PT), entre os quais está o gaúcho Germano Rigotto. O ex-governador foi um dos raros emedebistas gaúchos de renome a fazer campanha para Simone Tebet (MDB), que apoiou abertamente Lula no segundo turno e está cotada para ser ministra do próximo governo. Já Melo faz parte de uma ala que apoiou Jair Bolsonaro (PL) e Onyx Lorenzoni (PL), contrariando o partido que tinha o deputado estadual Gabriel Souza como candidato a vice de Eduardo Leite.