
Projeto realizado desde 2017, por meio de uma parceria entre o Sul21 e o Goethe-Institut Porto Alegre, o Conversas Cidadãs vem promovendo o debate de temas estratégicos para a defesa da cidadania, da democracia e da qualidade de vida, todas elas crescentemente ameaçadas nos últimos anos. De 2017 a 2019, os debates ocorreram presencialmente no auditório do Goethe-Institut Porto Alegre. Em 2020, com a chegada da pandemia de covid-19 ao Brasil, os promotores do evento foram levados a pensar novos formatos que não envolviam a presença de público. Em 2020, o formato escolhido foi o podcast e agora, em 2021, serão produzidos programas em vídeo que serão publicados nas plataformas e redes sociais do Sul21 e do Goethe-Institut Porto Alegre.
Em 2021, o tema geral do Conversas Cidadãs será “Diálogos sobre o bem viver”. Esses diálogos abordarão temas relacionados à sustentabilidade do modo de vida que conhecemos hoje, após mais de um ano de crise sanitária global e de agravamento da pandemia no cenário brasileiro, com repercussões e impactos em praticamente todas as dimensões das nossas vidas. O primeiro programa tem como convidados o pesquisador Jean Segata, professor do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Juarez Pereira, integrante da Feira dos Agricultores Ecologistas (FAE), de Porto Alegre, e guardião de sementes crioulas. O tema dessa primeira conversa será o que a pandemia tem a nos dizer sobre os nossos atuais padrões alimentares e o que esses padrões dizem sobre a sustentabilidade da nossa sociedade e a busca de uma melhor qualidade de vida.
No momento, em que o Conversas Cidadãs está entrando em seu quinto ano, vale a pena relembrar as edições do projeto até aqui, em seus diferentes formatos.
Mídia, Poder e as ameaças à democracia
No dia 30 de maio de 2017, o Sul21 e o Goethe-Institut Porto Alegre deram início ao projeto Conversas Cidadãs com um debate sobre “Mídia, Poder e as ameaças à Democracia”, que reuniu o cineasta Jorge Furtado, o jornalista alemão Thomas Fischermann, editor para a América do Sul do jornal alemão Die Zeit, e a jornalista Cristina Charão, da TVE/Fundação Cultural Piratini.
Produção das cidades em espaços participativos
Como estimular a participação para discutir a produção de cidades democráticas e inclusivas em um contexto de retirada de direitos, atropelos constitucionais e crescente violência do Estado contra os setores mais fragilizados da população? Esse foi um dos desafios centrais enfrentados pelo Conversas Cidadãs, no dia 22 de agosto, que contou com a parceria da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RS). O encontro, com o tema central “O espaço público: produção da cidade em processos participativos”, teve como debatedores Claudia Favaro, arquiteta, urbanista e militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Milton Cruz, doutor em Sociologia pela UFRGS e pesquisador do Observatório das Metrópoles, e o advogado argentino Hector Poggiese, assessor de políticas governamentais de desenvolvimento urbano em projetos na Argentina e no Brasil.
O papel das políticas públicas na promoção da cultura
Em um contexto em que emergem questionamento sobre o que é arte, qual o seu papel e sobre que tipo de produtos culturais poderiam ou não estar autorizados a receber verbas de programas de incentivo à cultura, o Conversas Cidadãs debateu, no dia 10 de outubro, o papel do Estado no desenvolvimento da cultura e seus equipamentos. O debate contou com a participação do diretor de teatro e então secretário de Cultura de Porto Alegre, Luciano Alabarse, e do ator e artista de rua Hamilton Leite. A conversa foi mediada pela jornalista e crítica teatral Michele Rolim.
Pedro Campos: o papel de grandes empresas na violação de direitos humanos durante a ditadura
No dia 17 de abril, o Conversas Cidadãs teve como convidado o historiador Pedro Campos, que falou sobre o papel de grandes empresas na violação dos direitos humanos durante a ditadura. No encontro, foi exibido o documentário “Cúmplices? – Volkswagen e a Ditadura Militar no Brasil”. Campos é professor do Departamento de História e Relações Internacionais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e autor do livro “Estranhas Catedrais: As empreiteiras brasileiras e a ditadura civil-militar, 1964 – 1988” (Eduff). O evento contou com o apoio do Laboratório de Estudos sobre os Usos do Passado (LUPPA/UFRGS).

Larissa Bombardi, sobre o uso de agrotóxicos: “estamos aniquilando a nós mesmos”
“Estamos aniquilando a nós mesmos”, é assim que a pesquisadora Larissa Mies Bombardi, do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), definiu os atuais níveis de consumo de produtos químicos na agricultura brasileira. Autora do atlas “Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia”, Larissa foi a palestrante do Conversas Cidadãs, realizado no dia 23 de outubro, no auditório do Goethe-Institut Porto Alegre. O encontro debateu o impacto da flexibilização do uso de agrotóxicos no Brasil.
Agora em 2021, Larissa Bombardi decidiu deixar o Brasil em função das ameaças que vinha sofrendo pelas pesquisas que realiza nesta área.
Como o mercado de derivativos se tornou uma ameaça para a democracia
A leitura do livro Financial Derivatives and Globalization of Riska relação entre os sinais emitidos pelo mercado financeiro e os acontecimentos políticos.Arne Hector e Minze Tummescheit apresentaram o resultado de sua pesquisa, no dia 29 de abril, no auditório do Goethe-Institut Porto Alegre, em uma nova edição do Conversas Cidadãs.
Os impactos sociais e ambientais da mineração
O Conversas Cidadãs, realizado no dia 6 de agosto de 2019, debateu os impactos socioambientais de grandes projetos de mineração que estão em processo de licenciamento ambiental no Rio Grande do Sul. No evento, realizado no auditório do Goethe-Institut Porto Alegre, foi exibido um mini documentário produzido pelo Sul21 sobre a mobilização de comunidades que serão atingidas pelos impactos desses grandes projetos de mineração, no extremo sul do Estado e também na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Em 2020, em função das normas de distanciamento social impostas pela pandemia do novo coronavírus, o Conversas Cidadãs adotou o formato de podcast para debater alguns dos impactos que a pandemia de covid-19 já trazia em diferentes dimensões da nossa vida naquele momento. Ao todo, foram quatro podcasts produzidos ao longo do ano.
Episódio I: saúde e meio ambiente
O primeiro episódio do Conversas Cidadãs 2020 teve como convidados o médico infectologista Ronaldo Hallal, consultor da Sociedade Riograndense de Infectologia, e Jean Segata, professor de Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Eles abordaram o modo como a pandemia afetou a nossa compreensão sobre o tema da Saúde de um modo mais geral e também o que ela tem a nos dizer sobre o modo como nos relacionamos com o meio ambiente e com as demais espécies animais que compartilham conosco a vida no planeta Terra.
O segundo episódio do Conversas Cidadãs 2020 teve como convidado o psicanalista Robson de Freitas Pereira, membro da Associação Psicanalítica de Porto Alegre. Ele abordou aspectos que envolvem a saúde mental da população diante do isolamento, das milhares de mortes e da falta de perspectiva de retomada da vida como conhecíamos até então.
Episódio III: Como a pandemia afetou a vida de quem produz nossos alimentos
O terceiro episódio do Conversas Cidadãs trouxe uma conversa com Charles Lima, Micheli Bresolin e Franciele Menoncin, jovens agricultores e agricultoras que tiveram que enfrentar o desafio de seguir trabalhando na produção de alimentos durante a pandemia. Eles falam de como foram obrigados a buscar alternativas de sobrevivência, de produção e comercialização, nos marcos da ideia do desenvolvimento de uma economia circular e de proximidade.
Episódio IV: Os impactos da pandemia na economia global e no Brasil
Noquarto episódio do Conversas Cidadãs 2020, conversamos com o economista Marcio Pochmann, ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA,) sobre o que mudou na economia um ano depois do início da pandemia. Além disso, ele esboçou alguns cenários para 2021, que, no caso do Brasil, não são muitos animadores. No plano internacional, ele chamou a atenção para o fortalecimento de grandes grupos econômicos e para o enfraquecimento dos pequenos negócios.