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13 de junho de 2010
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12:06

PT homologa candidatura de Dilma Rousseff à Presidência

Por
Sul 21
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Em votação simbólica, os petistas aprovaram hoje (13), durante a convenção nacional do PT, em Brasília, a formalização da canditatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República e a indicação do deputado Michel Temer (PMDB-SP) para vice na chapa. Sob clima de festa e homenagem às mulheres, Dilma foi aplaudida pela militância. A votação ocorreu logo em seguida ao discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No discurso, Lula ressaltou as habilidades de Dilma e sua capacidade em administrar. “Ficarei muito feliz de poder entregar a faixa presidencial para uma mulher. Eleger a Dilma significa que é possível dar continuidade às coisas que fizemos neste país”, disse o presidente.

O presidente retomou o assunto do suposto dossiê contra o candidato José Serra (PSDB) e disse ser um “jogo rasteiro” da oposição. “Nós já estamos maduros, calejados, sabemos como eles funcionam e portanto muita traquilidade, porque o bicho vai pegar, e a tranquilidade de vocês, a maturidade de vocês é que vai garantir que a gente ganhe essas eleições”, afirmou.

“Serão três meses de muito trabalho, muita alegria, muita tensão e nós esperamos que nossos adversários estejam dispostos a fazer campanha de nível elevado e que não façam jogo rasteiro inventando dossiê todo dia”, disse também em seu discurso.

Comparando o governo do presidente Lula com os dos antecessores, Dilma destacou os avanços obtidos. “Quebramos o tabu e provamos que incluir os mais fracos e necessitados é um avanço”, disse a ex-ministra, citando conquistas em diversos setores a partir da estabilidade e do desenvolvimento econômicos. “É um caminho indispensável e, sobretudo, um caminho que leva ao desenvolvimento”, afirmou.

A candidata reiterou que, se eleita, fará uma gestão de coalizão. “É preciso somar forças hoje para alargar ainda mais o caminho aberto pelo presidente Lula. Estamos juntos para seguir mudando. Vamos debater, vamos esclarecer ao povo que somos diferentes dos outros candidatos. Depois de eleitos, vamos governar para todos os brasileiros”, afirmou.

Dilma disse ainda que, caso vença a disputa presidencial, o seu governo será semelhante ao de Lula, mas com características femininas. “Uma mulher que fará um Brasil de Lula, mas com alma e coração de mulher. O nosso presidente Lula mudou o Brasil. A continuidade que o Brasil deseja é a continuidade da mudança”, disse.

A Trajetória de Dilma

A mineira Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência da República, tem uma trajetória marcada pela militância contra o regime autoritário e por sua atuação no serviço público. Na juventude, foi presa e torturada por fazer oposição à ditadura militar. Depois de passar três anos na prisão, mudou-se para o Rio Grande do Sul. Lá, chegou ao primeiro escalão da administração estadual, comandando a Secretaria de Minas e Energia nos governos de Alceu Collares (PDT) e de Olívio Dutra (PT).

Graças ao seu conhecimento na área, foi convidada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o Ministério de Minas e Energia, em 2003. Dois anos depois, passou a comandar a Casa Civil, tornando-se uma das principais executivas da gestão Lula. Seu desempenho levou Lula e o PT a lançá-la para presidente. Essa é a primeira vez que Dilma disputa uma eleição.

Filha de um empresário búlgaro e de uma brasileira, a universitária Dilma deixou a família de classe média em Minas Gerais para ingressar na luta contra a ditadura militar, como militante do Comando de Libertação Nacional (Colina) e da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR Palmares). Foi presa pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops) e torturada na cadeia.

Na década de 70, depois de quase três anos presa, passou a viver no Rio Grande do Sul, onde engajou-se na campanha pela anistia e ajudou a fundar o PDT, junto com o advogado e ex-deputado Carlos Araújo, com quem ficou casada por 25 anos. No PDT, participou da candidatura de Leonel Brizola à Presidência da República.

Foi também no sul do país que começou a carreira de gestora pública. Em 1986, foi nomeada secretária da Fazenda de Porto Alegre, na administração de Alceu Collares. Nos anos 90, assumiu a presidência da Fundação de Economia e Estatística (FEE). Depois, comandou a secretaria estadual de Minas e Energia. Em 2001, integrou o grupo que saiu do PDT para se filiar ao PT, partido pelo qual disputará, em outubro, a Presidência da República.

Dilma ingressou no governo Lula no primeiro mandato, quando assumiu o Ministério de Minas e Energia. Entre outras ações, implantou um novo modelo para o setor. Dois anos depois, passou a chefiar a Casa Civil, no lugar de José Dirceu, que renunciou devido ao escândalo do mensalão. No comando da pasta, gerenciou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – o que lhe rendeu o título de “mãe do PAC” – e se tornou uma das ministras mais importantes do governo Lula.

Em abril deste ano, saiu da Casa Civil para tentar ser a sucessora de Lula no Palácio do Planalto. Antes disso, em 2009, passou por um tratamento para câncer no sistema linfático. Dilma é economista e tem uma filha e um neto.

Fonte: Agência Brasil


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