No acampamento Esperança, montado por familiares e amigos dos mineiros soterrados na mina San José, no Chile, foi exibido, na noite desta quinta-feira (26), um vídeo de 25 minutos, em que os mineiros mostram o local onde vivem há 21 dias. Eles, também, mandaram recados aos que esperam por eles na superfície. As imagens foram feitas com uma minicâmerca de alta definição, enviada pelo governo chileno aos mineiros por um duto de oito centímetros de largura. Os 33 mineiros estão soterrados a 700 metros de profundidade , num espaço de cerca de 25 metros quadrados.
Os mineiros se emocionaram e emocionaram os que viram o vídeo. As pessoas riam, choravam, e cantavam com os mineiros o Hino Nacional chileno. “Estão magros, mas se vê que estão bem. Ele é bem como o vimos. Não falou muito porque se emocionou e ele não gosta de se emocionar”, afirmou Mariela, tia de Carlos Bugueño. “Eles não perdem a graça. O que fizeram é uma lição de sobrevivência para todos nós”, disse Elizabeth, irmã de Darío Segovia. Apesar do otimismo demonstrado, os minieros pediram: “Tirem-nos logo daqui,por favor”. Eles não sabem que só poderão ser resgatadas no final do ano.
Mario Sepúlveda, conhecido como Ele Terry, foi quem “dirigiu” a gravação. Ele caminhou com a câmera na mão pela galeria, mostrando como papelões e padiolas foram transformados em camas e papeis se converteram em um jogo de dominó e, também, onde estão guardados as escovas de dente e os remédios. Sepúlveda apresentou o local afirmando: “Este é o famoso refúgio. No que que aconteceu isto (o desmoronamento), acabou e energia e, hoje, ocupamos este local como dormitório”. Sepúlveda afirmou que todas as decisões são tomadas pelos 33 mineiros. Outro deles, Carlos Barrios agradeceu “a todas as famílias de meus companheiros aqui presentes, por ter essa coragem de não nos deixar desamparados. Sabemos o que fizeram na superfície e vamos aplaudi-los”.
Um dos soterrados, Víctor Segovia, dedica-ase a escrever um relato detalhado de tudo o que vem acontecendo com eles desde o acidente.
Com informações de El Mercurio, Chile, e O Estado de S.Paulo