A manifestação, marcada pelo Bloco de Luta e seus coletivos, durante assembleia do movimento no início da semana, tomou as ruas de Porto Alegre nesta quinta-feira (6), em apoio à greve dos rodoviários e em favor do passe livre. A ideia é ir às ruas uma vez por semana. Os organizadores do evento calculam que 1,5 mil pessoas percorreram o trajeto iniciado em frente à prefeitura de Porto Alegre, às 20h, e finalizado na Praça Julio Mesquita, em frente à Usina do Gasômetro, pouco antes das 22h. A movimentação foi acompanhada de perto pela Brigada Militar, mas não houve registro de conflitos.
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Integrante do Bloco, Anderson Girotto diz que os militantes queriam uma manifestação mais contundente, como havia sido planejado. “Era para ter radicalizado mais”, disse ele. “Era essa a nossa ideia coletiva.” Mas “faltou gente. Ou o clima foi outro.”
O clima foi outro. Com exceção de um pequeno grupo de manifestantes, que atentava fisicamente contra parquímetros, postes, placas e as janelas da Prefeitura municipal, a luta foi mesmo travada na garganta. “Rodoviário é meu amigo. Mexeu com ele, mexeu comigo”; “prefeito de elite, o povo te demite” eram alguns dos gritos entoados pela massa.
O momento de maior tensão ocorreu em frente à prefeitura, quando os manifestantes conseguiram derrubar uma corda que os separava do prédio e forçaram para romper os cabos de aço, que isolavam a prefeitura. Um manifestante mascarado ameaçou passar por entre os cabos, mas foi afastado por um policial, que lhe apontou o cacetete.
Logo em seguida, balões cheios de tinta e ovos foram jogados contra os guardas municipais e o prédio. Dois balões estouraram – um contra a parede, outro contra um guarda. Um deles puxou o que pareceu ser uma arma taser (de choque). Ninguém ficou ferido.
A Copa do Mundo de futebol não ficou de fora do protesto. A frase “Não vai ter Copa” foi pichada em diversos lugares ao longo da passeata.
Ainda que os cânticos diferissem em teor, agressividade e meta, o foco do Bloco agora é a deposição do prefeito José Fortunati. “Nós identificamos ele como o culpado pelo caos que está Porto Alegre. Os rodoviários apresentaram proposta para voltar ao trabalho [condicionada à garantia do passe livre para todos], e a prefeitura entregou o transporte a clandestinos. Por R$ 4”, critica Girotto.
Conforme o militante, não foi registrado nenhum confronto entre a polícia e os manifestantes. A noite acabou de forma pacífica na praça Julio Mesquita com uma promessa: “Nos próximos momentos, teremos um movimento por semana”, garantiu Girotto.
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