

Jaqueline Silveira
Uma pequena mostra do projeto de revitalização do Cais Mauá será apresentada durante jogos da Copa do Mundo em Porto Alegre, no mês de junho, quando será aberto o espaço do Pórtico Central e dos armazéns A e B. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (7) pelo diretor-presidente da NSG Capital e representante dos investidores da Cais Mauá do Brasil S.A, Luiz Eduardo Franco Abreu. Ele participou do evento “Tá na Mesa” da Federasul para falar sobre o andamento da revitalização e os benefícios que a reforma tratará à população.
Abreu informou que o espaço aberto para a copa terá telão para transmissão dos jogos, a maquete do projeto e a exposição de produtos tradicionais do Rio Grande do Sul, além de atividades de entretenimento que ainda serão definidas. “Será aberta uma área em caráter provisório. São obras provisórias para atender a esses eventos (os jogos). Só para as pessoas experimentarem”, explicou o representante da Cais Mauá, empresa que fará a gestão do projeto de revitalização do porto.
Já as obras nos 3,5 quilômetros do Cais devem começar entre e um e dois meses depois da Copa do Mundo. Por enquanto só foram feitas demolições de construções erguidas entre os armazéns. O prazo para início da reforma dependerá da licença provisória da prefeitura e também de negociar a contrapartida. Os valores, segundo Abreu, aumentaram consideravelmente pela inclusão de obras de mobilidade urbana, como duplicação de vias e construção de viadutos. Hoje, conforme o representante da Cais Mauá do Brasil, a contrapartida exigida pela prefeitura para conceder a licença de instalação definitiva, que precisará ser analisada por 16 secretarias, chega a R$ 45 milhões. “A gente pode atender, mas terá de negociar”, afirmou Abreu, referindo-se, principalmente, à realização das obras de mobilidade urbana. A reforma dos 11 armazéns está prevista para terminar em 2015 e o shopping e as torres, para cinco anos depois.
O Gabinete de Desenvolvimento e Assuntos Especiais da prefeitura, que acompanha a revitalização, foi procurado pelo Sul21 para falar sobre a situação da licença provisória e os valores da contrapartida, mas a assessoria de imprensa não retornou para dar uma posição.
Investimento de R$ 700 milhões
O custo total do projeto, incluindo o shopping e as três torres, chega a R$ 700 milhões, dois terços desse valor seriam só com obras de mobilidade urbana. Já a revitalização dos 11 armazéns está estimada em R$ 150 milhões. O representante da Cais Mauá do Brasil garantiu que a revitalização não terá recurso público e que estão sendo estudadas alternativas para resolver a contrapartida, como a possibilidade de um prazo maior para pagamento do valor ou um desconto.

Abreu disse que, além do shopping, hotéis, restaurantes, prédios comerciais, espaços para lazer, a empresa estuda a possibilidade de instalar uma roda gigante e um aquário e oportunizar atividades náuticas para atrair um maior número de turistas ao Porto. Para isso, estão sendo visitados vários lugares ao redor do mundo para verificar experiências. O Catamarã, que faz a travessia da Capital a Guaíba, continuará funcionando depois da revitalização.
Ele esclareceu que os espaços revitalizados serão comercializados pela Cais Mauá do Brasil para lojistas que pagarão aluguel. Já o público que passeará pelo local só pagará o que consumir em restaurantes, lojas e bares.
Benefícios à população
Coube ao presidente da Cais Mauá do Brasil, André Albuquerque, apresentar aos empresários presentes na Federasul os benefícios que a revitalização proporcionará aos gaúchos. Além de tornar o Cais mais bonito, ele afirmou que a reforma irá gerar empregos, cerca de 4,8 mil postos de trabalho diretos, pagamento de impostos e valorização do entorno do Porto. A revitalização, segundo Albuquerque, atingirá 28.956 pessoas por dia, número apontado em levantamento contratado pela Cais Mauá do Brasil sobre o impacto da obra.
Por dentro da revitalização
– A Cais Mauá do Brasil S.A é o consórcio responsável pela gestão do projeto de revitalização e operação do Cais. A área do Porto foi arrendada pela empresa por um período de 25 anos, podendo ser renovável pelo mesmo período
– O consórcio Cais Mauá Brasil S.A é constituído pela GSS Holding (espanhola) com 51% das ações, pela NSG Capital com 39% e o Grupo Bettin com 10%
– A revitalização prevê a restauração dos 11 armazéns, instalações de restaurantes e áreas de lazer, construção de um shopping na Usina do Gasômetro, três torres, dois hotéis e um centro de eventos
– A restauração dos armazéns impactará em 1,9 mil empregos novos
– O shopping terá capacidade para 180 lojas e irá gerar 2,5 mil empregos
– Os dois hotéis terão cerca de 310 quartos e irão gerar 465 empregos