
Jaqueline Silveira
Uma audiência de conciliação nesta quinta-feira, às 14h, na Justiça Federal tentará resolver o impasse entre a Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e os estudantes que ocupam o saguão desde o dia 14 de maio. No final de terça-feira (20), a juíza da 1ª Vara da Justiça Federal de Porto Alegre, Graziela Bündchen Torres, negou o pedido de liminar feito em ação de manutenção de posse ingressada pela UFRGS. Em sua decisão, a magistrada argumentou que se trata de um pequeno grupo de estudantes e que não se constatou dano ao patrimônio causado pela ocupação. “Assim, parece que a ação dos réus no saguão, até o momento, não inclui ofensas à integridade de prédios públicos e tampouco configura ocupação capaz de impedir o direito de uso e gozo dos bens públicos por parte de seus legítimos possuidores ou da população em geral”, afirmou a juíza, em uma parte da decisão. Ela ressalta, ainda, que, diante da situação, “a audiência de conciliação é indispensável”.
No final da manhã desta quarta-feira (21), representantes da ocupação afirmaram que a decisão da Justiça Federal só reforça que o “movimento é legítimo”, acrescentando que os serviços no prédio estão funcionando normalmente e também não há depredação do patrimônio público. O grupo alega que a ocupação do saguão foi “a forma de pressão” encontrada para buscar melhorias para universidade e seus alunos. Os integrantes do movimento apresentaram uma pauta com 41 reivindicações, entre elas retirada da Brigada Militar da UFRGS, reabertura da biblioteca do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, ampliação e melhorias na qualidade dos Restaurantes Universitários (Rus), contratação de professores e técnicos administrativos, construção de novas casas de estudantes e de creches para os filhos das alunas e reajuste das bolsas.
Em resposta às reivindicações, a Reitoria da UFRGS enviou uma carta ao movimento, que não satisfez os estudantes. “Consideramos as respostas evasivas e insuficientes”, afirmou o estudante de Ciências Sociais Patrick Gomes, um dos representantes do grupo. Por esse motivo, eles encaminharam uma carta à Reitoria. Segundo a assessoria de imprensa da UFRGS, será elaborada uma nova resposta aos estudantes. Quanto à audiência de conciliação, a assessoria informou que a Reitoria irá disposta a negociar a liberação do saguão, porém não informou se apresentará propostas. O movimento, por sua vez, diz que discutirá medidas para serem levadas na audiência.
Constituídos por representantes de centros e diretórios acadêmicos e de coletivos políticos, o movimento conta com a participação de estudantes de cursos como Geografia, História, Ciências Sociais, Educação Física, Psicologia e Serviço Social.