

Do Correio do Povo e da Zero Hora
A ameaça anônima de atear fogo no CTG Sentinelas do Planalto, em Santana do Livramento, foi cumprida no início da madrugada desta quinta-feira. O local realizaria na noite deste sábado um casamento coletivo com a presença de um casal homoafetivo. Não houve feridos na ocorrência.
Uma moradora conta ter visto quatro homens — um negro de chapéu e outros três brancos — em um Gol branco em um bar próximo do CTG, cerca de 400 metros da agremiação. Os homens teriam esperado o patrão Xepa sair do local. Após a saída do patrão, que mora ao lado do CTG, os homens teriam ido até o local com garrafas pet contendo uma mistura que acredita-se ser coquetel molotov. Eles saíram do bar rindo e em seguida começou o fogo.
A guarnição de bombeiros foi acionada por moradores pouco depois da meia-noite, mas quando chegou ao local, pouco pode fazer em razão das chamas que atingiram a totalidade da estrutura mista do prédio (madeira e alvenaria). Duas viaturas foram deslocadas por volta da 1h. Cerca de uma hora depois ainda haviam homens trabalhando no rescaldo.
Em julho passado, o patrão do CTG, Gilbert Gisler, registrou na DP ameaça feita através de um telefonema anônimo advertindo que a entidade seria incendiada caso não suspendesse a cerimônia, que na época, contaria com a presença de quatro casais homoafetivos, entre eles, um casal formado por homens. Gisler chegou a receber ameaças de morte por telefone e reforçou sua segurança pessoal.
Com a polêmica e repercussão gerada pela realização do casamento no interior de um CTG, três casais decidiram suspender ou adiar o compromisso. O único casal que permaneceu com a intenção de realizar a comunhão de forma legal é composto por duas mulheres, uma de 24 e outra de 26 anos. Apesar de garantirem não ter sofrido qualquer tipo de ameaça, elas estavam sob proteção policial a pedido da juíza Carine Labres.